terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

CLÍNICA E TECNOLOGIA DA IMAGEM - II

Continuando a discutir sobre a "tecnologia da imagem" e seus atravessamentos corporais, chegamos à análise da demanda em saúde mental. O corpo (não o corpo-organismo, mas o corpo-desejo) é atingido em cheio por imagens-de-imagens, fazendo da experiência de si uma experiência plugada aos fluxos semióticos vindos "de fora"mas parecendo vir "de dentro". É que a forma das instituições sociais (cf Guattari e outros demonstraram) está interiorizada, subjetivizada num inconsciente que não mais passa por categorias edipianas. A tecnologia da imagem não é, pois, um mal em si, mas território de sentido de uma verdade subjetiva veiculada por equipamentos de poder. Daí o homem moderno encarnar um tipo de sonambulismo coletivo que a todos arrasta. A incrível aceleração da velocidade do tempo aniquila o Sentido. Efeitos práticos: na clínica, a psicose. Na política, o fascismo.

A.M. 

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