PRÁTICAS DE GARIMPO
Em psicopatologia clínica a pesquisa dos afetos é essencial. É através deles que se dá o Encontro com o paciente segundo um critério ético. E não nos referimos a uma suposta "ética pura" atributo de um bom encontro, o que seria talvez uma espécie de elevação moral. Nada mais equívoco. Consideramos a ética como constitutiva da natureza das condutas. Sempre há uma ética, mesmo, por exemplo, a dos criminosos, facínoras, corruptos, etc. Desse modo a ética precede a técnica e as linhas práticas da clínica são produzidas no território movediço dos afetos. Tal modo de pensar retira a psicopatologia do campo dos moralismos (o juízo) e a coloca numa dimensão trágica, ou seja, em contato direto com a crueza do dado psicopatológico. Tal crueza compõe-se de afetos estranhos, inumanos e inomináveis. É aí então onde começa o trabalho de garimpagem da diferença...no meio do caos do mundo ou do mundo como caos.
A.M.
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