SEM MEDO DA PSIQUIATRIA
Em saúde mental há muitos pacientes - a depender do quadro psicopatológico - que demandam verdadeiramente o uso de psicofármacos. Seria possível explicar isso com detalhes... Desse modo, a psiquiatria, em sua atuação clínica, ou seja, no contato direto com o paciente, tem a sua "razão de ser". É importante considerar esse fato na medida em que há visões "críticas" que buscam invalidá-la segundo pressupostos conceituais isolados da clínica. Trata-se, óbvio, de uma ótica idealista. Não sabe ou não quer saber que é aí - na clínica- onde tudo se decide. Ora, isso não impede, ao contrário, que tenhamos uma posição de rechaço crítico-clínico e político à psiquiatria atual. Até porque falamos e agimos dentro da própria máquina psiquiátrica como uma espécie de agente duplo. Práticas de traição. São poucos os aliados nesse empreendimento, já que a forma-psiquiatria se produz até mesmo entre não-psiquiatras. De todo modo, o estilhaçamento dos saberes médicos, correlato a aquisição de saberes não médicos, torna-se um método, o rizoma, para que se possa chegar ao paciente e pensar: "será possível trabalhar de outro modo?". No fazer da equipe técnica instituída tanto a nível formal quanto operacional, a figura do psiquiatra trabalhando produz efeitos subjetivos de uma Falta que não tampona. Procura-se O médico. Nada a ver, sempre a medicina como significante despótico! Ao inverso, a prática médica (um sacerdócio?), apesar de tão reverenciada, não é mais que uma peça socio-desejante-trabalhadora e, portanto, útil para desvendar os enigmas da mente. Não mais. E sem hierarquias.
A.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário