sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Perplexidades órfãs – IX


Venho escutando suicidas-em-série. Quilos de sertralina pesam na consciência. Onde iremos parar?

Existe uma poética dos não-poetas. São linhas arejadas que ajudam a viver o fora. Fora da ordem, fora da lógica. Fora do capital.

A pandemia está em declínio, sim, mas não passará. As máscaras não cairão. Acostume-se ao disfarce.

Não sei mais o que é uma psicose. O gesto dos humilhados embaralhou os signos. Ando buscando um diagnóstico.

A semana passa rápido. Tudo passa rápido. Velocidades se aceleram, amores se esfumam. 

O genitor de um paciente me disse ontem que ainda está a avaliar se a vacina anti-covid serve (para o filho) ou não.   Ó servo do genocida!

Transtorno mental não é igual a loucura. Transtorno mental é invenção da psiquiatria. Loucura não. Ela é coisa de poetas e amantes. Não dá pra discutir. Só para experimentar.

O vulcão da ilhas Canárias pulsa o vermelho das canções e dos sons apaixonantes. A natureza e suas potências. O perigo.

Um Caps pode se tornar um manicômio disfarçado. Cuidado.

Não demonize os bolsonaristas. Lembre-se: você pode ser um deles e não saber.


A.M.


Um comentário:

  1. Cada parágrafo é um texto. Sua escrita muito se assemelha aos manifestos das vanguardas. Concisão e potência

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