Como identificar o fascismo?parte 1
Para se efetivar e operar na prática, o fascismo torna-se um sentimento. Desse modo, antes de detectá-lo nas grandes formações sociais, será preciso analisar o seu funcionamento nas pessoas, o que chamamos de microfascismo. Insistimos que sem esse nível de análise, é impossivel compreender suas motivações e causas. Ora, se ele é um sentimento (afeto triste no sentido espinosiano) trabalha pela destruição da vida, mesmo que diga o contrário. Vimos que o disfarce e a mistura de vários sentimentos maquiam o rosto e a fala da chamada pessoa humana, conceito cristão por excelência. Assim, o grito de "viva a morte" não se faz de modo explícito, já que a pessoa, como organização subjetiva, é quem se expressa no campo das ações práticas: é uma cognição da normalidade social. O fascismo estatal ( grande e histórico fascismo) se estabelece sem ser notado, ou seja, é naturalizado junto a mil sentimentos que até podem ser contraditórios, não importa. O que vale nesse "estágio" é manter a organização da pessoa e do indivíduo como ordem interna que necessita da coesão de forças afetivas e perceptivas. A organização dos órgãos na medicina clínica é uma analogia forte. Ser afetado pelo mundo e percebê-lo sem que os signos de fora (a exterioridade) fraturem (como na ortopedia) a identidade da pessoa é uma "ordem" implícita. Assim, a pergunta "quem sou?" deve ser respondida com convicção imediata. Um território subjetivo está montado e a postos como cerne e servo da condição humana. Ele atravessa povos, raças, países.
A.M.
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