sábado, 2 de julho de 2022

LINHAS DO  INFINITO

Há um limite a partir do qual a diferença não se reconhece e não mais reconhece o mundo. Um horror tão extremo e definitivo se instala: ela, a diferença, torna-se pequena e frágil. Tudo o indica. Fala-se da história da humanidade: uma brochada cósmica. A diferença não mais reconhece aí a palavra "vida" por entre escombros da própria vida. Resta o império do medo reinando entre pessoas do mal que se acham do bem. Um dualismo pérfido. Portador de uma verdade, o monstro (sem forma) do Ressentimento assombra e contamina  o dia que nasce. Aborta as micro-revoluções internas dos sonhos azuis de uma criança. Nivela os afetos. Aniquila a política, escorraça a ética e enfeia a estética. Resta a melancolia ( como um drone) sobrevoar a paisagem das pessoas monstruosas ou dos monstros pessoais. E os adornar. E os adorar. Idiotizados, o Império os nutre com a carne fria da morte em vida. Mercadoria da alma. Tudo é disfarce. Anunciaram em rede nacional o apocalipse moderno. Mas algo resiste como a diferença...

A.M.

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