Refém
Eu sempre quis requebrar
só me faltou poesia
eu nunca soube rimar
mas sempre tive ousadia
nunca joguei o destino
e nem matei a família
a minha sorte na vida
se escreve com C cedilha
Eu nunca tive ideal
nunca avancei o sinal
nem profanei minha filha
Eu me perdi muito além
sendo meu próprio refém
na solidão de uma ilha
Eu sempre quis acertar
só me faltou pontaria
eu nunca soube cantar
mas sempre tive mania
nunca brinquei carnaval
e nem saí da folia
nunca pulei a fogueira
e nem dancei a quadrilha
Eu nunca amei a ninguém
nunca devi um vintém
nem encontrei minha trilha
Eu me perdi muito além
sendo meu próprio refém
na solidão de uma ilha
Cacaso
Muito linda essa poesia, me passou uma sensação de que o autor tem uma busca imensa consigo mesmo. me lembrou a seginte frase: "Tenho para a minha vida a busca como medida. O encontro como ponto de chegada. E como ponto de partida" (Sérgio Ricardo, Roda Viva, 1976).
ResponderExcluirOu como disse Camille Claudell: "Há sempre algo de ausente que me atormenta". Simone Andrade Teixeira.
Estou me deliciando com este blog. Parabéns ao organizador.