sábado, 20 de abril de 2013

A base moral da psiquiatria cidológica

O  conceito de consciência  está  presente, de modo explícito ou não, na clínica psicopatológica desde os seus primórdios. Pode-se dizer que é impossível  realizar o exame do paciente  sem pôr a questão: “ele está consciente”? Trata-se do conceito  clínico de grau  (ou  nível) da consciência. Da vigília (a normalidade) ao coma, desenha-se um espectro de graus de consciência (torpor, turvação, obnubilação, etc) em que as estruturas  neurocerebrais estão comprometidas. A equação consciência=mente=cérebro é  adotada  como resposta teórica à clínica dos transtornos mentais  de origem orgânica. Quanto mais alguém está consciente, melhor estará funcionando o seu  cérebro  e por  extensão  a  mente. Além disso,  o exame  pode  ser  esmiuçado: “o indivíduo  sabe o que  faz”? Ou “ele tem noção (=consciência) dos seus atos”? Um sentido moral se insinua,  ficando encoberto pelo  sistema fechado “cérebro/mente”.
(...)
A.M.

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