terça-feira, 30 de abril de 2013

QUEM DELIRA?

As crenças  existem  para os eriçados  da  razão. O capitalismo universal é a  vontade dos néscios da máquina. Todos a  servem com prazer. A roda  da  fortuna premia os corretos. Não tenho mais  referências, exceto às do oceano de sangue verde. Procurei diálogos abertos, francos, verdadeiros, com os  representantes das oligarquias do pensamento. Não obtive  êxito, pelo contrário. O que  me  restou  foi  o  corpo exposto em linhas  da  arte do precipício. Conversei  com médicos  cristãos. Eles até que atenderam às  minhas  preces, desde que não se tocasse no essencial. O essencial é  a igreja. Tudo  é  vendável. Argumentei por  vielas escondidas  sobre  a carne dos  anjos. Nada  feito. Então me tornei um delírio de igualdade, coisa de sonhos acordados: isso não se usa mais. Abortei a palavra  objetiva  e retornei a pequenas  crenças da noite. Ela( a  noite) me abrigou do nada, como se diz: “venha ser um dos nossos”. Quando percebi, era já muito   tarde e a aurora se desfazia em cultos trágicos. Disse ao psiquiatra que ele enganara  a todos, menos à  loucura,  testemunha sem código estável. E morreu aí.Não ele, mas a psiquiatria dos olhos opacos.

A.M.

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