As crenças existem
para os eriçados da
razão. O capitalismo universal é a vontade dos néscios da
máquina. Todos a servem com prazer. A roda
da fortuna premia os corretos.
Não tenho mais referências, exceto
às do oceano de sangue verde. Procurei diálogos abertos,
francos, verdadeiros, com os
representantes das oligarquias do pensamento. Não obtive êxito,
pelo contrário. O que me restou
foi o corpo
exposto em linhas da arte do precipício. Conversei com médicos
cristãos. Eles até que atenderam às minhas
preces, desde que não se tocasse no essencial. O essencial é a igreja. Tudo é
vendável. Argumentei por vielas
escondidas sobre a carne dos
anjos. Nada feito. Então me
tornei um delírio de igualdade, coisa de sonhos acordados: isso não se usa mais. Abortei a palavra objetiva e retornei a pequenas crenças da noite. Ela( a noite) me abrigou do nada, como se diz: “venha ser um dos nossos”.
Quando percebi, era já muito tarde e a
aurora se desfazia em cultos trágicos. Disse ao psiquiatra que ele enganara a todos, menos à loucura, testemunha sem código estável. E morreu aí.Não
ele, mas a psiquiatria dos olhos opacos.
A.M.
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