quarta-feira, 17 de abril de 2013

SOBRE O MÉTODO DA DIFERENÇA

(...)  As crenças são em  grande  parte instiladas pelas formações  sociais que  atravessam  os modos de subjetivação. Ao escutar um paciente, busque saber algo de suas crenças, principalmente as primárias, as elementares. A subjetividade “necessita” de  crenças. Poderá até  mesmo ser a crença  na  psiquiatria como  remédio para os problemas mentais. Cai-se,  então, na  redundância. Problemas sempre existem. Contudo ao falar (ou pensar) “mentais” há uma coisificação do  sem-forma, uma  substancialização  da mente.  E  usa-se a  “coisa=mente”  como munição  de poder para assegurar um saber sobre o outro, o paciente. Na  lógica  do  Encontro não  buscamos  um saber,  mas um  não-saber, já que a loucura é  a “essência” do  não-saber, fundo sem fundo  da condição  humana. Então, a pesquisa das crenças segue o  itinerário  do acaso, do  indeterminado e do  desconhecido. É uma manobra difícil, já  que  destrói códigos inscritos no construto médico  do louco. 
(...)
A.M.

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