ISSO FUNCIONA EM TODA PARTE
O desejo maquina entre os corpos e nos corpos. Exposto à luz do dia, mesmo à meia noite, ele é produção incessante, formigamento nem sempre visível ; "o que não tem governo nem nunca terá". Uma criança. Por que a metamorfose? Não há porque, não há de que, aí onde a gratuidade empurra a existência por e para linhas insólitas.A morte é o viver corpo fusionados no verbo infinito, mesmo que à volta se fale de passados ressentidos e/ou futuros impossíveis.Como desejar? Não é fácil, mesmo que pareça. Antes de tudo as sociedades modernas fizeram e fazem do consumo a produção de territórios estáveis onde alguém se reconhece: esse sou eu. No entanto, tal reconhecimento de si é tributário de forças sociais que, de longe, fabricam o eu em seus estratos mais íntimos: meu mundo interior,meu ego, minha subjetividade, meu cérebro, minha profissão, meu tudo. A propriedade e a forma das coisas substituem o desejo como produção. Ninguém escuta o que não quer. Prossegue o empreendimento de redução das multiplicidades encaixotado, represado e “como dói, mas como é bom”. Isso funciona em toda parte onde vegeta a chamada “pessoa humana”. Mas, onde anda o desejo? Ele costuma ser trocado por dinheiro e transcendências astutas: a Esquerda.
(...)
A.M.
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