sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CÓCEGAS NOS PODERES

O uso simplista, comercial e a-crítico dos psicofármacos tende a laminar as expressões da subjetividade (multiplicidade-alegria) do paciente e, como consequência, o auto-embrutecimento do psiquiatria e dos seus sequazes mais próximos. Isso não é notado, claro, ou melhor, isso está ocultado pelo pseudo-saber doutoral e configurado nos afetos modernos, guiados que são pelo consumo imperioso e gozoso da população em geral. A microfísica do poder, a ordem do discurso, a análise do desejo, as relações institucionais, as denegações cotidianas, o humanismo crônico e cínico, etc, são conceitos explorados por vezes com afinco, seriedade e precisão metodológica. No entanto, sob a égide do capital, ficam restritos a agradáveis jogos intelectuais no palco da universidade, o templo da Verdade revelada.

A.M.

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