terça-feira, 28 de janeiro de 2014

SOBRE O DIAGNÓSTICO PSIQUIÁTRICO

O diagnóstico psiquiátrico, para ser efetivo no tratamento, necessita ser contextualizado. Isto significa considerar o paciente como uma multiplicidade de linhas-forças que se expressa como sendo a identidade-doença.  Isso  é o paciente ,  quando  se diz "está  doente". Ora, o  doente é tudo que envolve em si mesmo linhas visíveis e invisíveis vindo de fora da fronteira do organismo físico-químico e que com ele se mistura, passando a impressão de que o corpo é o organismo e que ele está radicalmente separado do universo. Mas, não é, e nem está. O corpo é em grande parte invisível, o corpo  são os afetos e neste sentido, todo ele é  e só pode ser (daí a redundância) afetado por fluxos múltiplos, variando tão só os graus de intensidade: elevação de potências realizadoras de si ou rebaixamento dessas mesmas potências no rumo da destruição explícita ou implícita da vida. De tudo, reafirmo a hipótese de que o Diagnóstico Psiquiátrico poderá ser útil apenas se contextualizado. Do contrário, ele faz do paciente um objeto sólido manipulável segundo os radicais químicos mais modernos ou às psico-opiniões avançadas e autorizadas por formas técnico-profissionais juridicamente reconhecidas.

A.M.

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