DEVIRES
(...) Tempere a gosma da saliva ácida. Misture os nomes pérfidos. Diga que os ama. Penetre os dogmas da interioridade mais preciosa. Finja que está nas esporas dos cavalos selvagens. Só para assustar os néscios, dirija para a amada tudo que você sempre sonhou. A condição é a de que não exista amada, mas amadas. Vista-se de você mesmo, contanto que seja você o primeiro a se despir. Saia de si. Vá para outros cantos, entoe cantigas de parto prematuro no meio da mata. Jogue a metáfora no lixo da linguagem douta. Isso basta.
A.M.
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