A DIFERENÇA NA CLÍNICA
Trabalhamos a clínica da diferença em psiquiatria usando os conceitos de rizoma, devir e multiplicidade, entre outros. "Rizoma" diz respeito a pesquisa de linhas existenciais (molares,nômades e de fuga) entrelaçadas umas nas outras, e no entanto passíveis de uma espécie de "descolagem" com o fim de afirmar o desejo. Quanto ao "devir", trata-se, conforme Deleuze-Guattari, do conteúdo do desejo. Ora, isso funciona de vários modos, em toda parte, sempre constituíndo territórios móveis, sempre fluindo, escapando. O tempo do Encontro clínico passa, então, a ser (ou deveria ser) a fábrica do Novo inscrito num sofrimento humano não cristão, inumano, trágico. Não trabalhamos, pois, com a concepção de pessoa humana (conceito cristão, por excelência) mas com um desejo inconsciente, nômade e anarquista. Por fim, o conceito de "multiplicidade"se estabelece na atualização da loucura não-patológica experimentada como linha multiplicada e multiplicante das potências de cada paciente tornado im-paciente, não-paciente.
A.M.
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