domingo, 19 de outubro de 2014

MAIS LAMA 

YOUSSEF: DESVIO AJUDOU A FINANCIAR DILMA

A campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010 foi parcialmente financiada com verbas desviadas da Petrobras, disse Alberto Youssef às autoridades que conduzem a Operacão Lava Jato. Em processo de delação premiada, o doleiro vem sendo submetido a sessões diárias de interrogatórios desde 2 de outubro. Deve-se ao repórter Robson Bonin a revelação de parte do conteúdo dos depoimentos. Encontram-se na última edição de Veja.

PAULO ROBERTO COSTA, O DELATOR - Investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro, Paulo Roberto Costa é ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, cargo que ocupou entre 2004 e 2012. Foi preso em março deste ano por tentar ocultar provas que o incriminavam. Solto em maio, foi preso novamente em junho, e fez acordo de delação premiada com a PF em agosto, o que possibilitaria uma redução de sua pena em caso de condenação. Em depoimentos gravados feitos à polícia, ele cita, segundo a revista "Veja", ao menos 25 deputados federias, 6 senadores, 3 governadores, um ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos (PT, PMDB e PP), que teriam recebido propina de 3% do valor dos contratos da estatal.

Youssef chamou o petrolão de “mensalão dois”. Contou que a engenharia dos desvios incluiu uma inusitada novidade. Em vez de descer para o caixa dois das campanhas, o dinheiro surrupiado da Petrobras era escriturado como se fosse uma doação legal. Nessa versão, a coisa funcionava assim: as empresas doavam dinheiro legalmente às campanhas de congressistas e da própria Dilma. tudo registrado na Justiça Eleitoral. Mas os recursos vinham de contratos firmados pelas empresas com Petrobras, que carregavam um sobrepreço político.

Parceiro de crimes do também delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Youssef mencionou os nomes de 28 deputados federais que recebiam mesadas do esquema montado na Petrobras. Segundo ele, os pagamentos eram mensais e variavam conforme de R$ 100 mil a R$ 150 mil, conforme o peso político de cada um.

A delação do doleiro serve de matéria-prima para que os investigadores da Lava Jato transformem a investigação da Lava Jato. Assim como ocorre com Paulo Roberto Costa, Youssef terá que ajudar o Ministério Público e a Polícia Federal a provar que diz a verdade. Sob pena de não obter os benefícios judiciais que pleiteia, tais como redução de pena e prisão domiciliar.

Fonte: Blog do Josias de Souza, 19/10/2014

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