ARTE
Falamos da arte como composição de linhas subjetivas que buscam expressar e criar um mundo. É possível captar essas forças no Encontro com o paciente. A psiquiatria capta outras forças, é bem verdade, as do organismo físico-químico adoecido pelas condições em que vive. Isso significa fabricado por múltiplas determinações que escapam ao controle do eu. Escapam também ao enquadre linear causa-efeito. Contudo, o que o paciente diz sentir é o que importa. A arte, surge, então, como resistência às situações existenciais adversas. Nesse sentido ela está fora da psiquiatria, não havendo encontro possível. A linguagem da arte é inseparável da sensação, pura sensação que constitui a subjetividade como semiótica a-significante.Ou seja, não sendo submetida à consciência (“eu, enquanto indivíduo”), a produção da arte é uma produção de singularidades que retira matéria viva do caos.Na psiquiatria atual, no lugar da produção,o produto é capturado (e imobilizado) por exames de imagem. Sob controle.
A.M. in Trair a psiquiatria
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