terça-feira, 21 de outubro de 2014

ARTE 

Falamos da arte como composição de linhas subjetivas que  buscam  expressar e criar um mundo. É possível captar essas forças no Encontro com o paciente. A psiquiatria capta outras forças, é bem verdade, as do organismo físico-químico adoecido pelas condições em que  vive. Isso significa fabricado por múltiplas determinações que escapam ao controle do eu. Escapam também ao enquadre linear causa-efeito. Contudo, o que  o paciente diz sentir é o que  importa. A arte, surge, então, como resistência às situações  existenciais  adversas. Nesse sentido ela está fora da psiquiatria, não havendo encontro possível. A linguagem da arte é inseparável da sensação, pura sensação que constitui a subjetividade como semiótica a-significante.Ou seja, não sendo submetida à consciência (“eu, enquanto indivíduo”), a produção da arte é uma produção de singularidades que retira matéria viva do caos.Na psiquiatria atual, no lugar da produção,o produto é capturado (e  imobilizado)  por exames  de imagem. Sob controle.

A.M. in Trair a psiquiatria

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