HUMOR COMO EFEITO
A psiquiatria oficial, atual e estabelecida como "verdade científica" inventou a doença "transtorno do humor". Ora, em psicopatologia clínica, o HUMOR é um elemento que resulta de múltiplos fatores: orgânicos, cerebrais, culturais, sociais, psíquicos, morais, etc. A lista é praticamente infinita. Conforme a CID-10 (Bíblia dos diagnósticos) o Humor é causa, origem. Dizemos o contrário: o HUMOR é efeito, consequência. Desse modo, na compreensão das patologias mentais, o critério para se chegar à REALIDADE do paciente é analisar um a um os diversos fatores e tentar conectá-los num agenciamente de forças que permita dizer: "essa pessoa está doente e precisa de ajuda". Se ausente uma metodologia transdisciplinar ficamos atolados no pensamento único da biomedicina, ou, o que é pior, serão aniquiladas as potências de vida daquele que sofre. Mais grave ainda é o diagnóstico errado, não porque haja um outro diagnóstico melhor, mas porque simplesmente NÃO HÁ DIAGNÓSTCO que dê conta da complexidade do quadro. Somos todos multiplicidades singulares. Esta é uma clínica (da diferença) que traz muito trabalho ao técnico em saúde mental. Em contra-partida, a sua inserção prática sobre a vida do paciente imprime a marca de uma adesão incondicional aos seus devires existenciais. Mas, quem suporta tal radicalidade?
A.M.
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