sábado, 11 de outubro de 2014

CONTROLAR,CONTROLAR

(...) O afeto não é uma coisa, um objeto sólido, visível, nem é algo natural. Abstrato (sem forma), ele é feito, produzido,fabricado como sentimento humano à condição de portador de um transtorno: sobressai-se a figura do doente que se torna componente de um papel social cristalizado. A larga utilização de psicofármacos em associações variadas borra a linha existencial que divide os doentes dos não-doentes. Para a psiquiatria atual tudo é psiquiatrizável. Esta sentença diagnóstica ocupa o lugar de poder respectivo ao enunciado. Importa que o paciente seja medicado e adaptado. O afeto é secundário à tal manobra de poder porque ele foi posto como consciência do sentimento no pacote nosológico. Se todos  são julgados de antemão doentes, não interessa saber o que efetivamente  sentem (qual o afeto?) e sim o que fazem... como se comportam...
(...)
A.M. in Trair a Psiquiatria

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