EBOLA CHEGANDO
Nova York, EUA. O representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o ebola, David Nabarro, afirmou ontem que o número de casos provavelmente vai dobrar a cada três ou quatro semanas. Ele alertou que a resposta precisa ser 20 vezes maior do que está sendo até outubro, para controlar o rápido avanço do vírus.
Nabarro alertou a Assembleia Geral da ONU que, sem uma mobilização massiva pelo mundo, “será impossível controlar a doença, e o mundo vai ter de viver com o vírus do ebola para sempre”.
Ele afirmou que nos seus 35 anos como médico de saúde pública, lidando com muitos surtos de doenças e algumas pandemias, ele nunca encontrou um desafio como o ebola porque o surto se moveu de áreas rurais para as cidades.
O vice-secretário geral da ONU, Jan Eliasson, alertou que controlar “a curva exponencial ameaçadora do vírus” requer não apenas mobilização dentro e fora dos países afetados, mas uma escalada massiva de recursos financeiros, médicos e equipamentos. Ele lamentou que apenas um quarto do US$ 1 bilhão que as agências da ONU pediram tenha sido doado.
Problema global. O epidemiologista nigeriano Chikew Ihekweazu acompanha a evolução do ebola em território africano. Ele constatou que, em um primeiro momento, a doença foi tratada como um problema da Libéria e de Serra Leoa, quando deveria ter sido combatida por toda a comunidade internacional.
“As fronteiras como conhecemos não são respeitadas por doenças contagiosas. O ebola é um problema de toda a comunidade internacional”, disse nesta sexta-feira no TED Global no Rio de Janeiro.
Avião detido
Um avião comercial foi detido ontem na pista do Aeroporto Internacional McCarran, em Las Vegas, nos EUA, por conta de suspeita de ebola envolvendo dois passageiros. A suspeita foi negada depois pelo hospital em sua página no Facebook. “Há um voo que está em isolamento na pista do McCarran”, disse a porta-voz Danita Cohen, do University Medical Center.
Espanha
Treze pessoas estavam hospitalizadas em Madri ontem como medida de precaução contra a disseminação do ebola. A auxiliar de enfermagem infectada continuava internada em estado grave. Teresa Romero contraiu o vírus depois de tratar de um missionário espanhol que foi infectado quando trabalhava em Serra Leoa. Ele foi levado para a Espanha no mês passado, mas morreu.
Fonte:O Tempo, 11.10.2014
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