CAMBALHOTAS DO DESEJO
(...) (...) Consideremos os três grandes estratos relacionados a nós, quer dizer,
aqueles que nos amarram mais diretamente: o organismo, a significância e
a subjetivação. A superfície de organismo, o ângulo de significância e de
interpretação, o ponto de subjetivação ou de sujeição. Você será
organizado, você será um organismo, articulará seu corpo — senão você
será um depravado. Você será significante e significado, intérprete e
interpretado — senão será desviante. Você será sujeito e, como tal, fixado,
sujeito de enunciação rebatido sobre um sujeito de enunciado — senão
você será apenas um vagabundo. Ao conjunto dos estratos, o CsO (*) opõe a
desarticulação (ou as n articulações) como propriedade do plano de
consistência, a experimentação como operação sobre este plano (nada de
significante, não interprete nunca!), o nomadismo como movimento
(inclusive no mesmo lugar, ande, não pare de andar, viagem imóvel,
dessubjetivação.) O que quer dizer desarticular, parar de ser um organismo?
Como dizer a que ponto é isto simples, e que nós o fazemos todos os dias.
Com que prudência necessária, a arte das doses, e o perigo, a overdose. Não
se faz a coisa com pancadas de martelo, mas com uma lima muito fina.
(...)
G. Deleuze e F. Guattari in Mil platôs, vol.3
(*) Corpo-sem-Órgãos
(*) Corpo-sem-Órgãos
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