PETISMO, A DOENÇA
Como já foi dito, o petismo é uma doença psicossocial crônica, até o momento incurável, e que conta com fatores múltiplos na produção da sua etiologia (causa). Vejamos alguns: 1-o esquerdismo marxista em sua versão dualista e reducionista da realidade social; 2-a filosofia historicista, e, portanto, teleológica, em seus refinamentos intelectuais e acadêmicos; 3-o fundamentalismo da pobreza, alimentado pela ética dos pobres à la Madre Teresa de Calcutá em aliança com a Irmã Dulce; 4-o cristianismo revisitado e à procura da reparação universal ante os horrores emocionais, viscerais e as carnificinas espirituais cometidas pelo capitalismo ao longo da história do Ocidente; 5-o grande buraco negro das subjetividades frustradas, decepcionadas e ressentidas em relação à traição do partido dos trabalhadores imposta aos próprios trabalhadores e ao cidadão em geral; 6-a denegação da morte simbólica do Partido Vermelho frente ao desmoronamento de um mega-projeto social para o Brasil erigido no período pós-ditadura de 1964; 7- a quase absoluta falta de perspectivas sociopolíticas para o Brasil em face do baixíssimo nível ético do Congresso Nacional e das opções político-partidárias atuais; 8-a dissolução do maniqueísmo dos conceitos de esquerda e direita e a sua substituição por um campo político lusco-fusco, onde se misturam ideologias diluídas numa "sopa" político-subjetiva esquizofrênica; 9-a morte do proletariado como organização social capaz de derrotar o capitalismo segundo o ideário marxista calcado no "acirramento" das contradições de classe;10- o niilismo subjetivo como espelho da modernidade e, ao mesmo tempo, a incapacidade de se enxergar para além do capital, não só como categoria econômica, mas como "operador semiótico"; 11- a admissão "forçada", a capitulação "egoística" da "pessoa", a náusea não-orgânica do cidadão brasileiro ante o Muro do capital como produtor e sentido único da vida.
A.M.
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