A CIÊNCIA RELIGIOSA
No final do século XIX, Nietzsche, sob efeito de uma imensa sobriedade, atestou uma desconfortável realidade, moderna, que ainda nos percorre. A sentença profética de que “Deus está morto”, realizada pelo filósofo alemão, configurou um verdadeiro diagnóstico de nossa época: não é mais Deus ou à Religião que reverenciamos, e sim a Ciência. O significado simbólico a que esta sentença denota é muito mais profundo que uma crítica cética dos dogmatismos religiosos. É o reconhecimento e a legitimação da Ciência como principal instituição produtora de verdades da nossa era. Atualmente, basta-nos um carimbo de “isso foi cientificamente comprovado” para que uma determinada constatação nos seja tomada como inerentemente verdadeira. Quando assim dogmatizamos a Ciência, negligenciamos o fato de que a produção de qualquer conhecimento é histórica e culturalmente localizada. O à priori de qualquer conhecimento ou moral estabelece-se em meio à relações de poder. De modo simplista, cabe-nos reconhecer que há um Poder que rege a produção de todo e qualquer Saber.
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Larissa Vasques Tavira, (EN)CENA, 31/07/2014
Há tantos mistérios nesse mundo. Há tantas forças atuando no Universo às quais a ciência se esbarra sem poder dar explicações...Ainda bem que não é só ela que produz verdades. Deus não está morto.
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