segunda-feira, 18 de julho de 2016

SEM PRINCÍPIOS

A clínica da diferença (em psicopatologia) ultrapassa os limites metodológicos da psiquiatria biológica e dos seus pressupostos morais. Esta passa a ser usada tão só como opção terapêutica entre outras (os psicofármacos são um exemplo) e sem qualquer superioridade técnica. Trata-se da univocidade do ser em ato. Se adentrarmos ao campo do pensamento enquanto criação, ao pensamento das multiplicidades, ao pensamento como "pensar" e não como conhecimento, logos, racionalidade, a psiquiatria torna-se uma linha de risco conceitual e político, abandonando o seu ponto-verdade embutido nos diagnósticos coisificantes e terrificantes. É um percurso clínico que busca espreitar o abismo da loucura como passagem dos modos de subjetivação a terras desconhecidas, e não como razão paranóica que no topo das hierarquias policia os devires.

A.M.

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