terça-feira, 13 de junho de 2017

LINHAS DE COMBATE

Há um combate silencioso no âmago da clínica da diferença. Ele segue por sendas obscuras que mapeiam singularidades não ditas, ou se ditas, apenas como semióticas (regimes de signos) secretas, talvez clandestinas. Não se trata de extrair ou identificar conteúdos latentes ao jeito da psicanálise, mas de criar condições práticas para que formas expressivas façam valer potências subjetivas sequer sonhadas. Deste modo, a profusão de signos enviados (de toda ordem) faz por "forçar" as singularidades a um rearranjo no universo subjetivo. A prudência, a delicadeza e a sabedoria ancoram-se na relação terapêutica como devir-outro, ou seja, como exposição ao contágio dos afetos enquanto forças movimentando a irreversibilidade do tempo que não se vê, mas que se sente. Enfim, trabalhar a diferença é de fato um combate porque implica no uso de mil linhas rizomáticas sob a égide da ética (que potências?) e da estética ( que criações?) se cruzando e se aliando no momento do uso da técnica. Esta, óbvio, vem depois.

A.M.

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