domingo, 25 de junho de 2017

LIMA BARRETO: A RESISTÊNCIA

Quando aluno na Escola Politécnica, no Rio de Janeiro, na virada do século XIX para o XX, Lima Barreto foi convidado a aderir ao grupo de colegas que pretendia pular o muro do Teatro Lírico para assistir de graça à ópera Aída. Lima recusou o convite, pois temia ser preso como “ladrão de galinhas”. Os colegas eram brancos, argumentou – se fossem pegos, contariam com a indulgência das autoridades. “Mas eu? Pobre de mim. Um pretinho. Seria o único a ser preso. Preto que salta muro de noite só pode ser ladrão de galinha”, disse o futuro autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma. O episódio define bem a situação de Lima Barreto, um escritor que viveu nas franjas do meio literário brasileiro e que só seria devidamente reconhecido e consagrado nas décadas depois de sua morte. Crítico acurado da Primeira República, observador sensível dos dramas sociais e étnicos de seu tempo e cronista da vida dos subúrbios cariocas, o escritor foi biografado pela antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz em Lima Barreto – Triste Visionário (Companhia das Letras), 
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Veja.com, Da redação, 25/06/2017, 08:00 hs

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