O JOGO
A diferença não é redutível às categorias da representação. Assim objetivada, a sua crucificação é fatal. Comumente, acontece; isso é o normal natural, naturalizado. Ou seja, não há como acessá-la ( e principalmente vivê-la) conforme as ferramentas do senso comum, do bom senso, do eu, da identidade, da individualidade, e para dizer numa palavra, da consciência. A diferença não é a consciência, ela não tem consciência. Trabalhar com ela, buscá-la, amá-la, mormente numa experiência psicoterápica ou em qualquer área da vida, é (ou deveria ser) a prática do devir. O que é isso? Ora, o devir é o processo do desejo, o conteúdo do desejo. Daí não ter uma forma, não ser visível, não se fazer notar, exceto se estivermos num registro de sensibilidade para os afetos que circulam loucos. No entanto, quem suporta tantas intensidades urdidas pelo jogo dos acasos?
A.M.
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