AFETOS NA PRODUÇÃO
Em saúde mental, é possível inserir os afetos na produção e a produção nos afetos. A ideia, de inspiração deleuze-guattariana, configura o que chamamos de clínica da diferença em psiquiatria. Na prática, que no fim das contas é o que interessa e o que vale, pelo menos para o paciente, a clínica da diferença segue mil linhas ( a se inventar) passíveis de se resumir em cinco: 1- O Encontro precede o Exame conforme a pergunta: que afetos do técnico em saúde mental movem a ação de atender (escutar) alguém? 2- A Vivência do paciente precede o Sintoma que ele traz. Significa pesquisar crenças e afetos como territórios do sentido (acreditar e sentir). 3- Os modos de ser, viver, perceber, pensar, sentir (subjetivações, singularidades) no lugar do diagnóstico canônico: traçar uma linha de fuga ao modelo biomédico. 4- O diagnóstico sindrômico (processos semióticos em sistemas abertos) no lugar da pecha maligna: transtorno mental endurecido como essência e destino. O reino da CID- 10. 5- A autonomia social, existencial, promovida, estimulada em lugar da dependência abjeta aos psicofármacos, aos manicômios explícitos e aos manicômios implícitos disfarçados de caps e/ou ambulatórios.
A.M.
Que afetos do técnico em saúde mental movem a ação de atender (escutar) alguém?
ResponderExcluirBem, acho que para alguns os afetos são o dinheiro mesmo. Nesse caso o "escutar" é mecanizado,padronizado, um ritual com perguntas tipo: você está dormindo? está se alimentando? está trabalhando?... e na sequência uma receita é impressa do computador com a indicação do fármaco que o sintoma descrito na CID- 10 recomenda. "Já vi esse filme uma vez".
Nunca concordei com alguém, como agora...
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