sábado, 18 de novembro de 2017

SEM FORMOL

Legiões de psiquiatrizados de toda parte ajoelham-se no altar dos psicofármacos e dos cérebros conservados em formol. Tudo conspira a favor do consumo de pacotes cientificamente autorizados para ações lucrativas.No entanto, mesmo desbotada e segregada nos grilhões macios da ciência positivista, a diferença resiste. A ética da potência de viver afirma-se nos versos de poetas itinerantes.O discurso e a prática da diferença  exploram o avesso da ordem do Estado capitalista e de suas instituições congêneres. Quem se interessa  em criar, fazer nascer? Pergunta  insana, na  medida em que os  poderes investem na repetição do Mesmo e  no  rigor  mortis do pensamento. Por isso, uma clínica da diferença considera as determinações sócio-políticas como a superfície da ação mais concreta. Em suas  pesquisas não encontra respostas exatas,mas problemáticas instigantes. Se a loucura é a experiência que atravessa a subjetividade, (mesmo que não estejamos loucos, entramos num devir-loucura), tudo muda na percepção fina da realidade do mundo. Um novo universo se  desvela.

A.M.

4 comentários:

  1. Aaaah!
    Uma dúvida!
    devir-loucura seria estar louco?
    representar a loucura?
    ou?

    ResponderExcluir
  2. devir-loucura refere-se a afetos que são experimentados de forma livre, ou seja, são submetidos à ordem da racionalidade, por exemplo, da psiquiatria.
    loucura aqui não é doença...

    ResponderExcluir
  3. corrigindo o comentário acima:
    afetos "não" submetidos ao invés de "são" submetidos.

    ResponderExcluir
  4. Obrigada!

    Sempre, sem querer saber quando a loucura é considerada doença...

    ResponderExcluir