"Eu gostaria, em primeiro lugar, de agradecer enormemente ao Sesc Pompeia por não ter cancelado a conferência em que participo", disse a filósofa Judith Butler. A frase, ovacionada pela plateia do auditório em São Paulo nesta terça-feira, dava a dimensão da disputa política em que se transformou a palestra da professora norte-americana no Brasil, alvo de uma intensa campanha on-line de grupos ultraconservadores que exigiam o cancelamento do evento.
Do lado de fora, parte da retórica inflamada das redes nas semanas anteriores havia tomado corpo. A entrada de um dos prédios mais emblemáticos da cidade amanheceu dividida entre aqueles que defendiam Butler e os contrários à presença dela no país. Comparado ao barulho digital (cerca de 320.000 pessoas assinaram a petição rejeitando a filósofa), era um grupo bastante modesto: ambos os protestos somavam aproximadamente uma centena de pessoas. De um lado do portão estavam, em menor número, mas com falas mais agudas, conservadores contrários a ideia de gênero que pediam o cancelamento da palestra e proferiam discursos de ódio contra a intelectual; do outro, um difuso grupo de ativistas progressistas que diziam estar ali contra a censura e a favor da democracia e da liberdade. Eram poucos, mas performavam os polos de uma guerra cultural no Brasil que reverbera tanto nas redes sociais quanto no Congresso Nacional, nas administrações públicas locais e nas novelas da TV Globo. Fizeram barulho: enquanto um lado gritava “Fascistas!”, o outro respondia aos berros que “Fascista é o cu da sua mãe!”.
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Felipe Betim, El País, São Paulo, 07/11/2017, 23:06 hs
Totalmente contra a tal da ideologia de generos. Essa mulher não me representa.
ResponderExcluirAaaah!
ResponderExcluirinda bem, que existem grupos em apoio a filósofa Judith Butler, inda bem, também, à existência de grupos em apoio a ideologia de gênero!,
considero essas lutas necessárias...