A cidade desejante
As lojas estão fechadas
Os passos sumiram das escadas
Os carros desalojaram as ruas
Não se respira no caule das torres envidraçadas
(A poesia pura
perpendicula
nos varais e fios de alta tensão
A poesia grita
na pausa dos postes
sussurra
ouvido colado ao chão )
Corpos desejantes na cidade muda
assistem à lenta morte como um arrebol.
Emulam a gama de gritos e cores
como se deles fossem
as gargantas decepadas dos dias.
A cidade grafita encena
nos muros
seu desejo de fêmea:
que a última
foda venha
queira
seja
a posse do
poema.
Susanna Busato
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