segunda-feira, 27 de abril de 2020

COMO AGIR

Na psicopatologia clínica, o delírio se expressa de múltiplas formas. A intervenção da psiquiatria (técnica) sobre o dito delirante vai depender do contexto institucional. De todo modo, um paciente sob o risco de sofrer e/ou causar danos em torno implica numa decisão operacional delicada. Outro paciente, ancorado num sistema delirante em busca de satisfações místicas, por exemplo, demanda outro tipo de intervenção, ou mesmo a não-intervenção. E outros, muitos outros, com mil linhas de diferença subjetiva, escapam às padronizações toscas da psiquiatria biológica. Então, na psicopatologia do delírio, a hora da "verdade" se insinua como o momento agudo de fazer algo pelo paciente, seja para além dos devaneios românticos (" a paixão do delírio"), seja fora dos eixos da violência manicomial ("prendam o delirante!").  É sempre uma tarefa a pensar-pensando quando alguém delira e não "sabe" que delira. Como agir?

A.M.

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