quinta-feira, 18 de outubro de 2012

VIAGENS DE MIGUEL


Miguel percebe o imperceptível. Opera num regime de signos fora das coordenadas adultas. Diante disso me sinto um completo idiota que, contudo, quer ser um ex-idiota. A hora é agora e Miguel me ensina o real com as dores alegres que lhe constituem. Óbvio, ele está crescendo. Isso se expressa, sobretudo, mediante linhas incertas do desejo. Na verdade, ele é o desejo em pessoa atravessando a minha vida. Argumento: "Miguel, assim não pode!" No entanto, de nada adianta o corte, o limite,senão o de produzir outros desejos que serão também cortados... a assim por diante. Nessa aventura pai-filho consigo dimensionar o para-além do familiarismo. Fluxos coletivos (multiplicidades) vêm, então, ao encontro de anseios mundanos e cósmicos. Os meus.  Miguel ao lado traz a  impressão de que a Vida é pura alegria e produtividade artística. Sem forma e sem retorno. Como um passarinho errante... 


A.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário