DO PODER
O homem branco, ocidental,cristão, heterossexual,casado,dispondo de um capital cultural e de um volume de bens materiais codificados,aparece como modelo a quem se reserva a utilização e a detenção dessa violência social autorizada e legitimada.Aqueles sobre os quais ela se exerce são com muita frequência seu contraponto,sua contradição: as mulheres, as pessoas de cor,os jovens, os adolescentes ou os velhos, os muçulmanos - que se pense na acepção deste termo dentro dos campos de concentração - os homossexuais, os incultos, os analfabetos, os pobres, os deficientes físicos e mentais, e aqueles que eu chamaria, de modo geral, os celibatários para inscrever sob essa rubrica todos que assumem fundamentalmente e visceralmente sua parte de solidão, sua identidade como indivíduos soberanos e rebeldes,solares e solitários.
(...)
Michel Onfray - do livro A política do rebelde - tratado de resistência e insubmissão
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