A SUBJETIVIDADE NÃO É O EU NEM O INDIVÍDUO
(...) (...) Numa acepção inspirada em Gilles Deleuze e Félix Guattari, subjetividade refere-se às formas de sentir, pensar, perceber e agir que se expressam na relação do indivíduo com o mundo. A subjetividade vem de fora. Ela é social e mais precisamente coletiva. O indivíduo é uma espécie de terminal da produção coletiva da subjetividade. Claro que o corpo é a referência maior, pois não existiria indivíduo sem um corpo. Precisamos ver algo. Mas esse corpo, com a sua organização anátomo-fisiológica, está encravado numa rede coletiva de significados não necessariamente visíveis. Ainda assim, o coletivo não é algo abstrato, distante de nossas vidas cotidianas. Ao contrário, ele se operacionaliza no e através o funcionamento das instituições, formando linhas de vida no que se chama“subjetivo”. Dizer ”subjetivo=coletivo”é uma equação que serve para se pensar a mente e os transtornos mentais. A subjetividade nos governa a partir de determinações que escapam à consciência, ao eu e à razão. Estas categorias são produtos sociais que servem para manter a estabilidade do cotidiano da civilização onde vivemos. Funcionam “naturalmente”.
(...)
A.M.
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