domingo, 3 de março de 2013

A LOUCURA DA CLÍNICA

(...) (...)  Loucura é a experiência do sem-sentido, do não-sentido  que se expressa  como sentido. É o acontecimento nos termos colocados por Deleuze. Clinicamente é o desamparo do eu, a exclusão do eu como princípio ordenador da experiência do paciente no mundo.O dito psicótico traz isso, nos diz  isso, e só assim poderemos pensá-lo.  Desse modo, o conceito de loucura é  um  objeto de  investigação voltado à criação de problemas mais  do que  a resolução  dos mesmos. Tanto melhor se isso  produzir um efeito de sentido na clínica tradicional. A subjetividade não existe. Há só modos de  subjetivação.  Tal fato vem encoberto (culturalmente) pelos  artefatos da  razão. Como então situar a subjetividade na psicopatologia clínica? Como inseri-la numa prática clínico-psiquiátrica e ao mesmo tempo não psiquiátrica? Lidamos com paradoxos.A loucura está todo o tempo na Clínica. Isso pressupõe o dado do acontecimento-sentido, o que precede os encontros, bons ou maus. Modos de subjetivação estão inscritos no “sentido” da relação técnico-paciente. Que relação  é essa? 
(...)
A.M.

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