A LOUCURA DA CLÍNICA
(...) (...) Loucura é a experiência do sem-sentido, do não-sentido que se expressa como sentido. É o acontecimento nos termos colocados por Deleuze. Clinicamente é o desamparo do eu, a exclusão do eu como princípio ordenador da experiência do paciente no mundo.O dito psicótico traz isso, nos diz isso, e só assim poderemos pensá-lo. Desse modo, o conceito de loucura é um objeto de investigação voltado à criação de problemas mais do que a resolução dos mesmos. Tanto melhor se isso produzir um efeito de sentido na clínica tradicional. A subjetividade não existe. Há só modos de subjetivação. Tal fato vem encoberto (culturalmente) pelos artefatos da razão. Como então situar a subjetividade na psicopatologia clínica? Como inseri-la numa prática clínico-psiquiátrica e ao mesmo tempo não psiquiátrica? Lidamos com paradoxos.A loucura está todo o tempo na Clínica. Isso pressupõe o dado do acontecimento-sentido, o que precede os encontros, bons ou maus. Modos de subjetivação estão inscritos no “sentido” da relação técnico-paciente. Que relação é essa?
(...)
A.M.
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