FORA DOS TRILHOS
(...) Linhas de fuga ou de desterritorialização, devir-lobo, devir-inumano, intensidades desterritorializadas — é isto a multiplicidade. Devir-lobo, devir-buraco, é desterritorializar-se segundo linhas distintas emaranhadas. Um buraco não é mais negativo do que um lobo. A castração, a falta, o substituto, que história contada por um idiota demasiado consciente e que nada compreende a respeito das multiplicidades entendidas como formações do inconsciente. Um lobo, mas também um buraco, são partículas do inconsciente, apenas partículas, produções de partículas, trajetos de partículas, consideradas como elementos de multiplicidades moleculares. Não basta nem mesmo dizer que as partículas intensas e movediças passam por buracos; um buraco é tão partícula quanto o que por ele passa. Os físicos dizem: os buracos não são ausências de partículas, mas partículas que andam mais rápido do que a luz. Ânus voadores, vaginas rápidas, não existe a castração.
(...)
G. Deleuze e F. Guattari in Mil platôs
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