sábado, 18 de maio de 2013


POLÍTICA DOS CORPOS NÃO SÓ ORGÂNICOS

(...) Para Deleuze e Guattari  os termos micropolítica, cartografia, esquizoanálise, estratoanálise, rizomática e pragmática são sinônimos e funcionam como platôs, zonas de intensidade contínua, isto é, linhas ligadas a determinadas dimensões de multiplicidades: linhas de fuga, círculos de convergência, cadeias moleculares, estratos, etc. A micropolítica não pretende devir uma ciência nem conhece a cientificidade ou a ideologia, mas apenas agenciamentos maquínicos de desejo e coletivos de enunciação. A micropolítica, antes de tudo, repousa sobre uma concepção singular do corpo e do desejo. Um corpo não se restringe a um organismo. Da mesma maneira, o espírito de um corpo não se reduz à alma do mesmo. O espírito não é melhor, porém é volátil, enquanto a alma é gravífica, centro de gravidade. Por conseguinte, não se trata do corpo da medicina ou do fitness, mas do corpo no sentido espinosista, nietzscheano. Isto é, por um lado, o corpo apreendido na sua capacidade de afetar e ser afetado, na sua dupla dimensão de atração e repulsão. Por outro lado, trata-se de um corpo entendido como uma relação entre forças ativas e reativas. Qualquer relação de forças é o que define um corpo: químico, biológico, social, político.
(...)
Rafael Estrada Mejia

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