NA CONTRA-CORRENTE
A ética está presente como algo a se fazer, algo se fazendo no cotidiano do trabalho da Clínica. Isso discrepa de uma visão idealista. A ética está no centro da clínica, portanto, nos problemas relacionados à assistência ao paciente.No entanto, sob a égide do tecnicismo contemporâneo,costuma desaparecer, ou parecer “ sumir” (não é costume se fazer a pergunta: qual ética?) na medida em que a técnica se impôe como o acesso mais direto e objetivo (dir-se-ia pragmático) ao paciente. O progresso da psicofarmacologia fez por acentuar esse estado de coisas. As respostas terapêuticas imediatas e voltadas à uma adaptação social bem sucedida fizeram da “técnica pura”o móvel do trabalho de pesquisa regido pela neurociência. Este é um ideal caro à psiquiatria atual. São linhas de abordagem clínica nas quais o paciente está de antemão condenado a formas de expressão niveladas à sobrevivência do organismo físico-químico.
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A.M.
A técnica pura pode encontrar pacientes refratários à farmacoterapia, inviabilizando as facilidades da psicoterapia moderna. Estes pacientes sofrem em seu processo de readaptação social, em um meio forçadamente homogêneo, que pela própria natureza humana é heterogêneo.
ResponderExcluirO tecnicismo da psiquiatria moderna esbarra em alguns pacientes refratários à farmacoterapia. É ético homogeneizar um meio social heterogêneo? Estamos criando uma sociedade plana, onde se grita a diferença apenas na aparência. Quanto ao pensamento se não somos iguais – à psiquiatria...
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