quinta-feira, 6 de novembro de 2014

EM SAÚDE MENTAL

NA CONTRA-CORRENTE

A ética está presente como  algo a se fazer, algo se fazendo no cotidiano do trabalho da Clínica. Isso discrepa de uma visão idealista. A ética está no centro da clínica, portanto, nos problemas relacionados à assistência ao paciente.No entanto, sob a égide do tecnicismo contemporâneo,costuma desaparecer, ou  parecer  “ sumir”  (não é costume  se  fazer  a   pergunta: qual  ética?) na medida em que a técnica se impôe como o acesso  mais  direto e objetivo  (dir-se-ia pragmático) ao paciente. O progresso da psicofarmacologia fez por acentuar esse estado de coisas. As respostas terapêuticas  imediatas e voltadas à  uma  adaptação social bem sucedida  fizeram da “técnica pura”o móvel do trabalho de pesquisa regido pela neurociência. Este é um ideal caro à psiquiatria atual. São linhas de abordagem clínica nas quais o paciente está de antemão condenado a formas de expressão niveladas à sobrevivência do organismo  físico-químico.
(...)
A.M. 

2 comentários:

  1. A técnica pura pode encontrar pacientes refratários à farmacoterapia, inviabilizando as facilidades da psicoterapia moderna. Estes pacientes sofrem em seu processo de readaptação social, em um meio forçadamente homogêneo, que pela própria natureza humana é heterogêneo.

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  2. O tecnicismo da psiquiatria moderna esbarra em alguns pacientes refratários à farmacoterapia. É ético homogeneizar um meio social heterogêneo? Estamos criando uma sociedade plana, onde se grita a diferença apenas na aparência. Quanto ao pensamento se não somos iguais – à psiquiatria...

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