OS SIGNOS FAZEM VIVER
(...) Quem procura a verdade é o ciumento que
descobre um signo mentiroso no rosto da criatura amada; é o homem sensível
quando encontra a violência de uma impressão; é o leitor, o ouvinte, quando a
obra de arte emite signos, o que o forçará talvez a criar, como o apelo do
gênio a outros gênios. As comunicações de uma amizade tagarela nada são em
comparação com as interpretações silenciosas de um amante. A filosofia, com
todo o seu método e a sua boa vontade, nada significa diante das pressões
secretas da obra de arte. A criação, como gênese do ato de pensar, sempre
surgirá dos signos. A obra de arte não só nasce dos signos como os faz nascer;
o criador é como o ciumento, divino intérprete que vigia os signos pelos quais
a verdade se trai.
(...)
Gilles Deleuze in Proust e os signos
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