sábado, 24 de outubro de 2015

A DOENÇA DO PODER - II

Seguindo M. Foucault, dizemos que o poder é uma relação entre forças. Não é pois, uma coisa, ou uma substância. No entanto, ele comumente "adoece", adentrando ao universo da representação, onde a Identidade (a tirania do Ser) prevalece. O pensamento ocidental, tendo Platão e Hegel como referências pontuais à Consciência, estabeleceu condições teóricas para tal estado de coisas. Entre as múltiplas formas de funcionamento social, o campo da Religião é prolífico ao poder e seu correlato mórbido, a paranóia. A figura de Deus é exemplar. Os olhos de Deus te vigiam; tal enunciado atravessa doutrinas de variados matizes, às vezes como pressuposto implícito, outras vezes como comando terrorífico. De um modo ou de outro, a Religião se estabeleceu como resposta transcendente, e portanto, conservadora, ao mistério da existência.

A.M.

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