CLÍNICAS OUTRAS
O objeto da psiquiatria é a subjetividade. Pelo menos, deveria ser. Isso implica em considerar múltiplos fatores na produção de universos de sentido, ou seja, em trabalhar com uma psicopatologia em movimento incessante. Tomemos o caso das depressões: alguém está deprimido. As causas (etiologia) são as multiplicidades (o real coletivo) que se tocam em agenciamentos concretos, quer dizer, numa clínica. O paciente não fala, sente-se muito desanimado, não sai à rua, só pensa em se matar, etc. As multiplicidades constituem o real das linhas da existência. A família, a profissão, a sexualidade, o dinheiro, o organismo, a religião, o corpo, a política, a escola e tantas outras linhas, expressam uma diferença. A assim chamada terapêutica utilizará, pois, recursos diversos, a depender da singularidade do caso. O uso de psicofármacos, opção do senso comum, torna-se secundário à análise dos afetos em jogo, já que são estes que produzem o sentido, mesmo o sem sentido.
A.M.
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