A origem das designações "Esquerda" e "Direita" remete aos tempos da Revolução Francesa. Hoje, dissolvidas nos axiomas do capitalismo mundial integrado (cf. F. Guattari), tais referências políticas e existenciais promovem uma barbárie semântica, conceitual e, sobretudo, prática. Na cena da política partidária brasileira esse dado é bem visível: um partido como o PT, criado no final da ditadura de 64 contando com os que lutaram contra a própria ditadura fez por instituir e funcionar um regime semiótico calcado numa espécie de fundamentalismo da pobreza. Quem está, por exemplo, contra o PT, está contra os pobres, está contra os programas sociais, está contra a História... Ora, tais enunciados servem, entre outras coisas, para consagrar e encobrir um certa religiosidade petista, a crença na reificação do fato político, a devoção a um historicismo estéreo, o fanatismo esdrúxulo e agressivo, a idiotia generalizada e orgulhosa de si, o reino das opiniões rasas do homem do bom senso, o stalinismo revisitado, etc, tudo aliado ao exercício naturalizado e cínico de uma criminalidade estruturalizada como projeto de governo, vegetando nas entranhas do monstro estatal. Assim fica muito difícil, quase impossível, surgirem práticas dissonantes em meio ao disfarce de tamanha monstruosidade ética. No entanto, "o mar da História é agitado"...
Obs - texto revisto e ampliado.
"Mares tranquilos não fazem bons marinheiros..."
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