DAR UM TEMPO
Nos próximos dias, o governo travará com a oposição e com o grupo político do vice-presidente Michel Temer uma queda de braço em torno do calendário do impeachment. Com pressa, o Planalto tenta obter o cancelamento das férias dos parlamentares. Interessados em esticar o calvário de Dilma Rousseff, os adversários da presidente querem manter o recesso que desligará as fornalhas do Congresso entre o final de dezembro e o dia 2 de fevereiro de 2016.
O embate ocorre contra um pano de fundo tisnado pela depressão econômica. O Planalto corre contra o relógio por recear que, com a economia no freezer, o asfalto volte a pegar fogo. E os antagonistas de Dilma pisam no freio justamente para oferecer às ruas mais tempo para programar a combustão.
“Quanto mais se deteriora a economia, maiores são as chances de as ruas voltarem a roncar”, diz o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). “O governo quer apreciar o impechment a toque de caixa porque o mês de dezembro, com Natal e Ano Novo, assim como janeiro, com as férias escolares, não são propícios às grandes manifestações.”
“O processo de impeachment acaba de ser aberto, tem que deixar as ondas baterem nas pedras para saber como ficará a espuma”, ecoa o ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo de Michel Temer e integrante da comissão de frente do bloco pró-impeachment do PMDB. “É preciso dar tempo para que as ruas se manifestem e os partidos se organizem.”
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Do Blog do Josias de Souza,07/12/2015, 04:29 hs
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