quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

SAÚDE PÚBLICA: O PRESENTE


Marilda e Diogo deixam o hospital após peregrinação; ele teve uma fratura no braço e deixou o local engessado
Foram quatro horas de peregrinação até que Diogo, de apenas seis anos, fosse atendido na emergência do hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio.

Com o braço quebrado, ele passou nesta quarta-feira (23) por duas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) que não tinham setor de ortopedia e acabou sendo encaminhado à unidade do Estado, cujo setor de emergência foi restrito a casos mais graves (quando há risco iminente de morte).

A situação do Getúlio Vargas e de outros hospitais da rede estadual é o ápice de uma crise financeira que vem afetando a saúde pública no Rio há pelo menos dois meses. Servidores estão com salários atrasados, há falta de insumos e relatos de redução de leitos, fechamento de emergências e cancelamento de cirurgias e consultas.

"A gente sabia que seria difícil conseguir atendimento. O hospital está escolhendo quem deve ou não ser atendido. Mas precisávamos tentar, não havia outra opção", afirmou a avó de Diogo, Marilda Dias Lettras.

Inicialmente, na porta do hospital, Marilda recebeu informação de que a criança não poderia entrar. Revoltada, a mãe do menino, Daniela, pressionou os funcionários da unidade até que, enfim, Diogo foi encaminhado ao setor de ortopedia.

Ele teve uma fratura no braço e deixou o local engessado, após ter feito exames.

"Só conseguimos porque vocês [imprensa] estavam aqui. Isso aqui é uma vergonha. Este é o presente de Natal que o governo nos deu. Agora está proibido ficar doente", comentou Marilda.

Do UOL no Rio, 23/12/2015, 16:24 hs

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