COMO PENSAR?
As relações políticas são constituídas e funcionam segundo forças. Desse modo, o poder só existe como relação entre forças. Não existe O poder, e sim, como nos ensinou Michel Foucault, poderes que atravessam e produzem o tecido social, muitas vezes sem serem percebidos, pelo menos ao nível da consciência das chamadas pessoas comuns, todos nós. Ocorre que em situações-limite envolvendo poderes do Estado, instituições correlatas e imediatamente visíveis, as relações políticas "descem" ao nível das relações entre as pessoas, atualizando realidades que sempre estiveram aí, mas não eram notadas. Neste sentido, a conjuntura brasileira de hoje faz por escancarar posições de atores pessoais, egóicos, individuais, na construção da realidade comum. É desse modo que a política traz à luz cenas explícitas de fascismos à mão cheia em pessoas que "normalmente" não são fascistas. Tal é a linha de subjetivação que vai ligar a direita tradicional com a esquerda autoritária, numa deriva ensandecida e raivosa contra tudo que floresce: a vida. Fica muito difícil, quase impossível pensar a multiplicidade num universo violentamente binário. Oh Deleuze!
A.M.
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