domingo, 23 de abril de 2017

Exorbitar amontoar
Vou chamá-la assim a nossa história: nossa história

de amor, que, escrita em mensagens eletrizantes, plasmou-se
em relâmpagos no espelho do velho computador; acredite,
nosso amor que morreu resiste tecnicamente em disquetes
depois de quase todo apagado de nossa memória,

da sua pelo menos,

e sonâmbulo continua, mesmo perdido em montanhas
de nada e nada; viverá assim por centenas de anos;
desaparecerá, portanto, muito tempo depois de nós
próprios termos desaparecido,

nossa história de amor, eternizada no lixo.


Eucanaã Ferraz

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