LOUCURA COMO MÉTODO
Propomos um descentramento radical em relação à medicina psiquiátrica. Desse modo, a “loucura” torna-se um objeto de pesquisa exatamente porque ela não é um objeto médico, não faz parte do universo médico. Começamos por defini-la em meio a todas as dificuldades práticas e epistemológicas em torno. Loucura é a experiência do sem-sentido, do não-sentido que se expressa como sentido. É o acontecimento nos termos colocados por Deleuze. Clinicamente é o desamparo do eu, a exclusão do eu como princípio ordenador da experiência do paciente no mundo. O dito psicótico traz isso, nos diz isso, e só assim poderemos pensá-lo. O conceito de loucura é um objeto de investigação voltado à criação de problemas mais do que a resolução dos mesmos. Tanto melhor se isso produzir um efeito de sentido na clínica tradicional. A subjetividade não existe. Há só modos de subjetivação.
(...)
A.M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário