terça-feira, 18 de agosto de 2020

O QUE SERÁ?


Há qualquer coisa no ar dos tempos. Impossível saber do que se trata. Nem mesmo importa  cogitar se é uma coisa palpável para organizar a mente. Controlar? Não, não há controle. Apenas o fato de que são estranhas sensações. Elas percorrem o corpo dos poros abertos... À flor da pele, à flor do tempo, alguma coisa, sentimos, não identificável, fugidia, errática, invisível, surge das ventanias. Percorre espaços e chega às colinas azuis de um pensamento sem imagem e sem definição. Fala de anjos, forças cósmicas, deuses oceânicos, musas na floresta, seres inefáveis, estados dionisíacos, poemas de amor.O que será? Talvez uma canção ao longe se aproxime num dom de magia para se entender o que não é para entender. Tudo é mistério. É imprescindível escutar vozes que dizem: há um fluxo vital tecendo a manhã. E se o dia afinal chega (como agora), segue sem volta. Isso faz com que cada segundo intua e eternize a carne dos sonhos: sim, existe alguma coisa sem nome embriagando a existência. Ela inventa a luz e faz escorrer signos da natureza para brincadeiras (inocentes) do que é dançar...  sob o ritmo dos corações da Terra imensa. 

A.M

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