A MORTE NEGADA
Lula foi um dos grandes responsáveis pelo surgimento do Partido dos Trabalhadores, logo após o fim da ditadura militar. Àquela época, início dos anos 80, ALGO VERDADEIRAMENTE NOVO acontecia na realidade política brasileira. Mas, como diz Maikovski, o mar da História é agitado. Fabricou-se, então, ao longo dos anos, outra realidade, a de hoje, diferente em natureza daquela dos tempos da paixão e do desejo pelo surgimento de um outro país. Parece que deu tudo errado. No entanto, milhares (ou milhões?) de militantes não elaboraram tão devastadora tragédia e morte simbólica. A resposta psicossocial passou a ser a entronização de um Lula e de um PT imaginários (como se estivéssemos em 1980), e daí, óbvio, descolados do real concreto da Vida Crua. A idolatria passou a tamponar o imenso buraco sem fundo das subjetividades políticas. Erosão de sentido: em que ou em quem acreditar? Silêncio! A fuga inconsciente para o ódio ao não-Lula e ao não-PT tornou-se inevitável e assim forjou uma razão para viver, mesmo a mais louca, a razão fascista. O cadáver-governo se decompõe em fétidas inalações, mas os narizes à volta nada sentem, exceto o cheiro do poder-representação. Representar os pobres..., mesmo roubando-os em "tenebrosas transações". Uma ereção social rija sustenta uma espécie de messianismo caduco ("somos todos Lula!") que alimenta até mentes ditas intelectualizadas e esclarecidas. Por fim, na impossibilidade do diálogo (base da democracia), a insânia controla e determina a fala como fala ressentida e assassina, mesmo que não mate. Ainda... mas, o que acontecerá?
A.M.
Após o gosto do poder..., como será perdê-lo? Quão maravilhoso seria sermos despojados..., porém integrados...
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